Há uns anos atrás eu fui o Vice-Presidente de Recursos Humanos do Banco ABN AMRO Real em São Paulo. Era a virada do século, ou talvez eu devesse dizer, a virada do milênio, uma época em que o Brasil estava se preparando para a eleição de 2002 do Presidente Lula, o primeiro sindicalista a se tornar Presidente do País vindo da classe operária e que não tinha uma educação universitária.

Os sindicatos do Brasil eram geralmente menosprezados pelos empregadores; eram considerados meros arruaceiros, radicais políticos que deviam ser combatidos em todas as oportunidades, com a mesma tenacidade que esses líderes demonstravam ao liderar protestos nas portas de fábricas. Deviam ser rejeitados com a mesma persistência que o “Lula” estava demonstrando como candidato, pois ele concorria a Presidente pela quarta vez.

Os sindicatos bancários eram um dos mais poderosos e influentes no Brasil e geralmente organizavam greves que abrangiam o País inteiro. Isso acontecia pelo menos uma vez por ano, logo antes das negociações salariais, que deveriam acontecer em setembro, depois de muitas agressões verbais de parte a parte com os empregadores, nas mesas de negociação e também através da imprensa. Ás vezes havia também alguma violência, como jogar pedras nas vitrines das agências bancárias, ou bloquear fisicamente a entrada dos prédios onde os bancos tinham os seus centros operacionais ou as suas casas matrizes. Muitas vezes também os sindicatos contratavam jagunços para fazerem linhas de piquete. Depois de tudo isso, eventualmente se obtinha um acordo e se conseguia restaurar a paz. Mesmo assim, durante o ano, haviam por vezes demonstrações, protestos contra determinadas condições de trabalho, contra o salário insuficiente, ou contra programas de demissões. Haviam protestos contra a terceirização ou contra a demissão de empregados específicos que teriam sido dispensados injustamente pelos seus chefes.

Naquela época, decidimos tratar essa questão de relações industriais de uma forma diferente. Eu comecei a encarar a situação como uma espécie de triângulo amoroso: entre os gestores do banco, o quadro de pessoal e o sindicato.

O eterno triângulo

Na minha perspectiva a gestão do banco precisava considerar o nosso quadro de pessoal como se fosse uma amante que estava se distanciando de nós. O outro homem (ou a outra mulher, dependendo do caso), o rival, recebendo o afeto do quadro de pessoal, era o sindicato. Num triângulo amoroso, se você descobre que a pessoa que você ama está sendo cortejada por um rival, você tem duas coisas que você pode fazer. (Na verdade, pode ser que existam muito mais coisas que você possa fazer, mas a decisão mais frequente que as pessoas precisam tomar é entre duas opções). Primeiro: você luta com o seu rival, verbalmente ou fisicamente, desafia o rival para um duelo ou simplesmente mata o cara. Esse é o enredo de muitas histórias e romances desde há muitos séculos. A segunda opção: você tenta reconquistar o amor da pessoa amada, de modo que essa pessoa amada escolha ficar com você ao invés de escolher o seu rival.

Acontece que destruir o seu rival enseja um enredo melhor, mais dramático e mais interessante; e portanto esse é o enredo mais frequente das novelas, dos romances da literatura e também das histórias do folclore. A situação clássica é que a pessoa amada está, de certa forma, dividida entre você e o seu rival. Se você elimina o seu rival, ela vai ficar com você, ou pelo menos é isso o que você pensa. Em muitas histórias, no entanto, quando você, furioso, bate no seu rival, ele se torna vítima da sua raiva; e a sua pessoa amada passa a consolar o seu rival, ao invés de se voltar para você. Ela rejeita você como agressor e toma o lado do rival como vítima.

Uma estratégia muito mais eficaz, na minha opinião, seria focar a atenção em reconquistar o amor da pessoa amada. Você precisa se declarar para ela e distrai-la do seu rival. Eu sei que isso pode ser mais difícil de fazer, especialmente para algumas pessoas que ficam raivosas e furiosas com muita facilidade e que gostariam simplesmente de fazer o rival em pedacinhos.

Nas relações sindicais brasileiras, a atitude mais comum dos gestores das empresas é lutar com o rival, (que é o sindicato) pensando que, com isso, necessariamente, o quadro de pessoal ficará do lado da empresa, ao invés de ficar ao lado do sindicato e dos protestos. O que ocorre na prática, muitas vezes, é o oposto: quanto mais você luta contra o sindicato, mais o quadro de pessoal toma o lado do sindicato e se volta contra a empresa.

Uma abordagem diferente

Nós decidimos focar a nossa atenção no quadro de pessoal, ao invés de dedicar a nossa energia a lutar contra o sindicato. Tentamos fazer com que o nosso pessoal fosse realmente tratado com justiça, com respeito, com carinho. Oferecemos benefícios que eram um pouco melhores do que a maioria dos outros bancos, proporcionamos mais oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento do que em qualquer outra organização, encorajamos a participação em todos os níveis, treinamos e fizemos coaching com os nossos gerentes, para que eles fossem melhores na liderança de suas equipes. Abrimos canais diretos de comunicação com as pessoas em toda a empresa, de modo a possibilitar que eles se queixassem de qualquer tratamento que não fosse justo e que pudessem nos levar, então, a corrigir alguma coisa que não estivesse acontecendo como deveria.

Não conseguimos mudar a situação de uma hora para a outra, não foi algo que aconteceu da noite para o dia. Mas depois de dois anos mantendo essa abordagem sistemática, os resultados eram evidentes. A satisfação no emprego se tornou extremamente alta, o engajamento estava cada vez mais elevado. Os nossos funcionários não aderiam aos piquetes e aos protestos. Houve até mesmo uma ocasião, memorável, em que o sindicato estacionou um caminhão de som em frente ao nosso escritório principal, na Avenida Paulista, no centro financeiro de São Paulo.

Diferentes líderes sindicais estavam fazendo discursos eloquentes, xingando os nossos diretores, justamente na hora do almoço, quando milhares de funcionários saíam do prédio principal para almoçar fora e depois retornavam uma hora depois. Uma das nossas funcionárias subiu no caminhão de som e pediu o microfone. Quando o líder sindical entregou o microfone para essa pessoa, ela fez um discurso eloquente… criticando o sindicato e elogiando o banco. Disse que aquilo que o sindicato estava dizendo era um monte de mentiras. Falou que eles não estavam ajudando os funcionários, tentando provocar uma briga com a diretoria do banco. Disse que essa diretoria era a melhor equipe de gestão com a qual ela jamais havia trabalhado, as pessoas no banco eram tratadas com respeito, com carinho e com atenção, algo que nunca tinha se visto em qualquer outro banco.

Bom, essa foi a última vez que o sindicato estacionou um carro de som em frente ao Banco Real. A partir daí, o sindicato resolveu focar a sua atenção em outros bancos. Quando eles vinham discutir as coisas conosco, eles eram bem mais educados e genuinamente interessados em trabalhar junto conosco, ao invés de contra nós. Em lugar de confrontar o banco, eles por vezes se queixavam, mas com um tom mais modesto, mais humilde, pedindo que a gente desse mais atenção às causas que eles estavam apoiando. Queriam ser tratados com o mesmo respeito, com a mesma atenção, com o mesmo carinho que estávamos dando para o nosso quadro de pessoal em geral. Isso durou quatro anos, até que eu deixei o ABN AMRO Real em São Paulo e me mudei para a Holanda.

No amor e na política

A situação política no Brasil, e também em outras partes do mundo, é muito semelhante a esse triângulo amoroso. A elite brasileira, os 1% que detêm a maior parte da renda do País, que têm os níveis mais altos de educação e que têm acesso aos melhores benefícios sociais e de saúde, estão num triângulo amoroso contra os seus rivais, que são os radicais dos sindicatos, da extrema esquerda, os anticapitalistas, os jihadistas que lutam contra o domínio ocidental. A terceira parte nesse triângulo são as maiorias silenciosas, os milhões de pessoas que querem simplesmente continuar com a sua vida em paz e que querem segurança, educação, emprego e saúde.

Se a elite continuar a não atender as necessidades básicas da população e ao invés disso, continuar a focar a sua atenção em lutar contra os líderes sindicais, lutar contra o Estado Islâmico da Síria e os seus equivalentes revolucionários, na verdade com isso eles estarão alimentando as revoluções. Eles estarão fazendo a sua própria sobrevivência como elite cada vez mais difícil. A elite precisa mudar a sua atenção para melhorar as condições de vida das pessoas em geral, em toda parte. No Brasil, se nós investíssemos mais tempo, energia e dinheiro em educação, nós poderíamos viver em uma sociedade muito melhor, com menos criminalidade e menos violência. Quanto mais a gente foca energia simplesmente em lutar contra a criminalidade e não em melhorar as condições de vida, através de educação e saúde, mais a gente dá munição para a esquerda radical e mais a gente assegura que uma vida criminosa acabe sendo uma alternativa para tentar melhorar de vida, para quem não tem educação e para quem está desempregado.

A elite brasileira coloca a culpa de tudo no PT e dirige a sua energia em lutar contra o PT. Eu acho que a elite está focando no lado errado do triângulo, eles precisam focar no lado das pessoas pobres, que vivem na base da pirâmide social brasileira. Quando se conseguir acabar com a pobreza, quando milhões de pessoas se tornarem parte de uma verdadeira classe média, o PT não terá mais o apoio que ele tem hoje. O PT se alimenta da injustiça social. Se a elite acaba com a injustiça social, o PT vai morrer de fome. Em todo o mundo, se a elite acaba com a inanição, os radicais é que morrerão de fome politicamente.

O problema que precisa ser atacado não é o comunismo, os jihadistas ou os radicais. O problema que nós precisamos atacar é a pobreza. A pobreza alimenta o radicalismo. Se a elite continuar a pensar que a pobreza é uma coisa que só acontece para quem é preguiçoso, um dia eles vão acordar e ver que esses “preguiçosos” estão pegando em armas e estão prestes a matar todo mundo para assumir o poder. Essas pessoas com as armas na mão não estão sendo levadas pelos radicais; elas estão sendo levadas pela fome, pela necessidade, pelo desejo de igualdade, de justiça. Se a elite não consegue organizar a sociedade de uma forma mais justa, mais equânime, então ela vai ter que arcar com as consequências: terá de se retrair, vai ter que se defender em bunkers, cercada de aparatos de segurança. Mas espere ai, isso já está acontecendo, em muitas partes do mundo!

A elite está sitiada, porque não consegue desenvolver uma sociedade mais justa para todos.

O foco da elite precisa mudar nesse triângulo amoroso, tem que se distanciar da luta contra os radicais e se aproximar das massas empobrecidas, tem que erradicar a pobreza.
A assistência médica universal básica é um mínimo que é fornecido na maioria dos países para toda a população. Até os Estados Unidos está pouco a pouco se dando conta de que isso é uma coisa certa do ponto de vista moral.

Essa assistência médica universal precisa ser melhorada, no Brasil e em toda a parte. Devemos colocar a nossa energia em melhorar a assistência médica, em torna-la mais eficiente, torna-la mais barata, ao invés de tentar negar que isso seja uma necessidade básica da comunidade. Quanto melhor a assistência médica, menos espaço existe para os radicais, para a Irmandade Muçulmana, para o Estado Islâmico da Síria, menos espaço vai se deixar para que se possa lutar contra a elite, e vai se preencher esse espaço dando melhores condições de vida para todos.

Fazer uma mudança no sentido de promover educação para as massas não é difícil, a única coisa que se precisa fazer é apoiar efetivamente investimentos em melhores escolas, valorizar os professores, tornar as escolas mais acessíveis para todo mundo, apoiar as iniciativas de ensino com base na internet. Existem milhões de alternativas diferentes que se pode fazer para promover a educação em todos os níveis. Então o que é preciso fazer é apoiar os políticos que promovem essas iniciativas da educação e promover essas iniciativas diretamente, com o trabalho voluntário, por exemplo, dando seu tempo e sua energia para programas educacionais.

Um relacionamento amoroso precisa ser nutrido. Isso é verdade também para os relacionamentos no trabalho, que precisam ser nutridos e para a sociedade em geral. Se você acha que o amor é uma coisa que não precisa de manutenção, é isso que faz com que apareçam os rivais. É isso que faz com que se forme um triângulo amoroso. Se você colocar o seu foco na pessoa que você ama, ao invés do seu rival, você não vai perder a pessoa que você ama. Se você focar o seu cliente ao invés do seu competidor, você vai manter o seu cliente cada vez mais fiel, cada vez mais usando os serviços e os produtos que você oferece. Se nós todos focarmos a nossa energia em melhorar a qualidade de vida das pessoas em geral e acabarmos com a pobreza ao invés de lutar contra os revolucionários, é isso que vai fazer com que a vida seja melhor para todo mundo.

“Difícil é caminhar sobre o fio da navalha” (Krishnamurti) e está ficando cada vez mais difícil…

Desde os idos de 1992, me declarei um “PTcano”: uma cruza de Petista com Tucano. Sempre achei que PT e PSDB deveriam se unir, para lutar juntos contra a direita, ao invés de se afastar… As propostas eram muito parecidas e a união seria mutuamente benéfica: o PSDB ganharia alguns políticos qualificados e uma proximidade maior com os operários; o PT ganharia muitos políticos qualificados, para melhorar os seus quadros, que eram bem menos qualificados, sinceramente.

Infelizmente, como dizia o Roberto Freire (e muitos outros), “a esquerda só se une na cadeia”… A desunião da esquerda vingou e os partidos se afastaram. Passei a apanhar dos dois lados: meus amigos petistas e tucanos se xingando e eu pegando o fogo cruzado.

Inicialmente, o PSDB, que sempre foi um partido relativamente pequeno, precisou fazer acordos com outros, para se eleger e para governar. Diante da recusa do PT, se aliou ao PFL, o que considero um erro histórico. Ao fazer isso, alienou ainda mais o PT e deu ao mesmo, de bandeja, a desculpa de xingar o PSDB de “direita”, mesmo que o PSDB continuasse com uma postura de centro-esquerda.

“Fast-forward” para 2002 e o que acontece? Ao eleger Lula presidente, o PT faz alianças com o PL (!?) que era mais conservador e mais “direita” do que o próprio PFL… e em seguida o PT faz alianças com Quércia (!!!???) e depois com Paulo Maluf (!!!!!!??????)… Virou gandaia.

Não admira que muitos idealistas do PT saíram para PSB, PSOL, Rede, etc.

E no meio disso, acho curioso como o PT enche a boca ainda até hoje para dizer que é “a” alternativa de projetos sociais para o Brasil, negando tudo o que o PSDB fez e faz nesse sentido… E negando os demais partidos de esquerda que rejeitam os acordos fisiológicos.

Por outro lado, vejo que o PSDB de hoje já não é, também, o mesmo que eu admirava em 92… Mário Covas se foi e FHC ficou hoje como figura honorária, ele não é o PSDB de 2014.

Não consigo apoiar Aécio Neves como candidato, embora acredite que o melhor para o Brasil nesse momento fosse a Dilma não se reeleger. Seria bom ter pelo menos uma máfia diferente em Brasília, ao invés da máfia atual… Na troca de máfias, os verdadeiros cidadãos talvez tivessem mais chance de influir.

Vamos ver o que acontecerá no domingo, um verdadeiro plebiscito do tipo “o PT deve continuar, ou não?”. Com tanto marketing eleitoral, fico desencantado com o processo todo: não vejo nem a Dilma e nem o Aécio falando nos debates, vejo os marqueteiros por trás deles, doutrinando-os para dizer isso e não aquilo, etc. Triste.

Estamos involuindo para ter uma democracia tão falsa quanto a americana.

Me resta a ideia de que a eleição, qualquer que seja o resultado, não é uma coisa definitiva: a democracia se exerce entre uma eleição e outra, no debate de propostas e na mobilização das pessoas e das organizações para construir um país mais justo, apesar da corrupção dos nossos governos desde Brasília até os municípios. O futuro do Brasil será definido pela ação de quem não está no governo, pela ação política que transcende o nosso vergonhoso Congresso Nacional.

De minha parte, continuarei a lutar por justiça social com bom senso, por uma “terceira via” que evite a estatização ditatorial, de um lado, e o capitalismo selvagem, no extremo oposto. E vamos em frente, porque o País não vai acabar no domingo… Segunda-feira há muito o que fazer, apesar da Dilma ou do Aécio!

Years ago I was the CHRO for Banco ABN AMRO Real in São Paulo, Brazil. It was the turn of the Century, or should I say, the turn of the Millennium, an era when Brazil was gearing up for the election, in 2002, of President Lula, a union leader who would become the first Brazilian President coming from the working class without a college education.

Worker unions in Brazil were largely despised by employers, dismissed as political radicals and trouble makers who should be fought with the same tenacity their leaders showed in protests at the factory gates, with the same persistence that Lula was showing as a candidate, running as a presidential candidate for the fourth time.

The banking workers’ union was one of the most powerful and influential in the country. They usually organized nation-wide strikes at least once a year, just before salary negotiations were due in September. After a lot of mutual verbal aggression with the employers at the negotiation table and over the media, sometimes followed by mild forms of violence such as stoning windows at retail branches and physically blocking the entrance to different banks’ main office buildings by force, by hiring thugs to man their picket lines, eventually an agreement was signed and some peace was restored. Still, throughout the year, flash demonstrations were held to protest against work conditions, insufficient pay, downsizing programs, outsourcing or the severance of specific employees “fired unfairly by their bosses”.

In those days we decided to handle these labor relations differently. I saw the situation as a love triangle between management, staff and the union.

The eternal triangle

In my mind, management needed to consider our staff as an estranged lover. “The other man” (or woman, as the case may be), the rival for the staff’s affection, was the union. In a love triangle, if you find that the one you love is being courted by a rival, there are two thing you can do (okay, there are many more, but the most frequent choice people make are between two options): (1) you fight your rival, verbally or physically, challenge him to a duel or just plain murder him (this is the plot for numerous stories since centuries ago); or (2) you try to win your lover over so that she choses you instead of your rival.

Fighting or destroying your rival makes for better drama, so that is the most frequent strategy in romance novels and also in folk stories. The classic situation is that your lover is torn between you and your rival; if you eliminate your rival, she will turn to you (or so goes your thinking). In many stories, however, when you strike your rival in rage, he becomes the victim of your anger and your lover turns to him instead of you. She consoles the victim and rejects the aggressor.

A much more effective strategy would be to focus or attention on winning her back by declaring your everlasting love and distracting her from your rival. Admittedly, this may be hard to do for some people who are possessed by righteous anger and would like nothing more than to destroy the rival to pieces.

In Brazilian labor relations the most common attitude of management is to fight the rival (the union), thinking this will necessarily ensure that the staff will remain loyal to the company, rather than join the picket lines and the protests. What often happens is that the more violent the fights against the union, the more staff join sides with their leaders and turn against the company.

A different approach

We decided to focus our attention on our staff instead of devoting our energy to fighting the union. We tried to make sure that our people were treated fairly, that they had benefits that were slightly better than most other banks, and that they had more learning and development opportunities than anywhere else. We encouraged participation at all levels, we trained and coached our managers to be better at leading their teams, we opened direct communication channels with staff so that they could complain about unfair treatment and so that we could take corrective action.

In a sense, we focused on our staff in a similar way to what we were doing with our clients: putting ourselves in their shoes, initiating dialogue, getting closer to them, trying to understand them so that we would be able to offer what they really need. In marketing terms, we also faced a love triangle between our clients, our competitors and us. Rather than looking at our competitors, we chose to get really close to our clients. We chose to focus on the client’s focus, to put ourselves in their shoes and get closer to them. In managing the triangle with the staff and the worker’s union, we chose a similar approach: focus on the staff and not on fighting the union.

We did not change the existing situation over night, but after two years of this approach, the results were palpable. Satisfaction on the job was at an all-time high, engagement was rising, our people did not join protests and picket lines organized by the union. In one memorable event, the union parked a truck in front of our main building at the heart of the financial district, and different union leaders made eloquent speeches decrying our management during the staff’s lunch break, when thousands left the building and returned an hour later. One of our staff members climbed on the truck and asked to have her turn with the microphone. When the union leaders handed her the mike, she gave an eloquent speech blasting the union and praising the bank!… She called the union a bunch of liars, told them they were not helping staff at all by trying to pick a fight with management, and said that this was the best management team she had ever worked with, people who treated staff with respect and provided care and attention unheard of in the industry.

That was the last time the union parked a sound-truck in front of the Banco Real building… From then on, the union focused their attention on other banks. When discussing issues with us, they were civilized and genuinely interested in working with management, rather than against management. Rather than confronting us, they complained in a humble tone, they asked for more attention from management to support their causes. They asked to be treated with the same respect, care and attention that we were dispensing to our staff in general. This lasted for four years, until I left ABN AMRO Real in São Paulo and moved to the Netherlands.

In love and politics

The political situation in Brazil (and also in some other parts of the world) is quite similar to this love triangle. The elite, the top 1% who earn the largest share of revenue, who have the higher levels of education and access to better health services, are in a triangle against their rivals, the radicals of the unions, the extreme left, the anti-capitalists, the jihadists who fight against Western dominance. The third party in this triangle are the silent majorities, the millions of people who just want to get on with their lives in peace and who would like security, education, jobs and healthcare.

If the elite continues to disregard the needs of the population and continues to focus their attention on fighting against labor leaders, waging war against ISIS and their equivalents, they will gradually feed the revolutions and make their own survival increasingly difficult. The elite need to shift their attention towards improving living conditions for everyone.

In Brazil, if more investment of time, energy and money were made in education, we would live in a much better society with less crime and violence. The more we focus on fighting crime and not on improving living conditions (through education and health), the more we feed the radical left and the more we ensure that a life of crime becomes a viable alternative for the uneducated and jobless millions we have.

The Brazilian elite blames PT (the Labor Party) for all of the country’s problems and directs its energy at fighting against them. To me they are focusing on the wrong corner of the triangle. They need to focus on the poor people living at the bottom of the Brazilian social pyramid. When poverty is eradicated, when millions become part of a real middle class, PT will no longer have the support they enjoy today. The Brazilian Labour Party (PT) feeds on social injustice; if the elite ends social injustice, PT will starve. All over the world, if the elite is able to end starvation, the radicals will be the ones to starve politically.

The problem we need to tackle is not communism, jihadists or radicals; the problem we need to tackle is poverty, which feeds radicalism. If the elite continues to think that poverty is something that only happens to people who are lazy, one day they will see those “lazy” people revolting and knocking on their door with machine guns… They will be driven there not by the radicals, but by hunger and need, by a desire for fairness and justice. If the elite is unable to organize society in a fair and just fashion, then it will need to retreat, to live in bunkers surrounded by military-grade security forces. But wait… That is already happening in many parts of the world!

The focus of the elite needs to change in this love triangle, towards the masses and away from the radicals.
Universal health care as a base-line is provided by the vast majority of nations; even the US is slowly realizing that this is morally right. Yes, it needs to be improved everywhere; put your energy in making it better, more efficient, less costly, rather than trying to deny it as a basic human need. The better the health care, the less room for radicals, like the Muslim Brotherhood in Egypt, or ISIS in Iraq, to fill in the gaps left by the elite in promoting better living standards for all.

And changing towards promoting education for the masses is not so difficult: what you need to do is give your support to investments in better schools, better teachers, making schools more accessible for all, support on-line learning initiatives. There are literally millions of initiatives promoting education at all levels. Support politicians who will promote those initiatives and promote them yourself, directly, by volunteering to contribute with your time and energy.

A loving relationship needs to be nurtured; this is also true for relationships at work and for society in general. If you take love for granted, that is what causes rivals to appear and form a triangle. Focus on the one you love, rather than on your rival. Focus on your client, rather than on your competitor. Focus on improving life standards for the poor, rather than on fighting the revolutionaries. This is the way to making life better for all involved.

O Edifício Brasil é um condomínio que tem 60 andares e nele moram 1.000 famílias!

Os moradores estão divididos por andar, de acordo com a renda familiar: na cobertura moram os que ganham 60 SM (salários mínimos) por mês (724 x 60 = 43.440) ou mais. No primeiro andar moram as famílias com renda de 1 SM ou menos.

O primeiro andar é enorme, pois nele moram cerca de 40% dos residentes: são 400 apartamentos! No segundo andar já moram bem menos: cerca de 32% dos residentes, ou seja 320 apartamentos Vejam que nos dois primeiros andares temos 720 apartamentos de um total de 1.000. A partir daí o número de moradores (vai se reduzindo de forma mais dramática. 97% dos apartamentos (970) ficam nos dez primeiros andares, enquanto que três por cento ficam do 11º ao 60º andar.

Neste ano, vai haver eleição para síndico do prédio e há três candidatos: Dona Vilma, Dona Mariana, e o “seu” Nécio, o político do 38º andar. Tem muita gente insatisfeita no prédio e muitos falando em sair e ir morar noutro edifício. Resolvi dar uma olhada nos outros e comparar.

Uma das queixas mais frequentes dos moradores é sobre o condomínio. Quer dizer, só se queixa quem mora do quarto andar pra cima, pois só eles pagam condomínio. Quem mora do terceiro andar pra baixo (ganha 3SM ou menos) não paga condomínio e esses são 82% dos moradores. Os 18% que pagam condomínio se queixam que o preço é muito alto. A fórmula é meio complicada, o valor vai subindo de acordo com a renda, mas o máximo é 27.5% para quem mora do sexto andar para cima.

Como havia muitas queixas, fui visitar dois outros edifícios para ver como são as coisas por lá. Comecei pelo Edifício Estados Unidos, que é bem maior (moram 1.500 famílias). Descobri que lá todo mundo se queixa do condomínio também e o máximo é 39,6%. Mas só paga o máximo quem mora do 40º andar para cima. A partir do 8º andar, as pessoas pagam os 28% (no Brasil era a partir do sexto), mas o valor vai subindo. Ainda por cima, paga condomínio todo mundo que mora a partir do segundo andar. No Edifício Estados Unidos, isso significa que 92% dos moradores pagam condomínio, só 8% não pagam. Ou seja, quase todo mundo paga e ainda pagam mais caro… Não dá para usar esse edifício como argumento para reduzir o condomínio do Edifício Brasil.

Decidi procurar um outro edifício e encontrei um edifício bem diferente, o Edifício Holanda. Me chamou a atenção porque estava em obras de reforma, estavam pintando a fachada. Fui conversar com um morador que estava chegando e descobri muitas coisas interessantes.

Esse edifício é muito menor do que os outros dois: só tem 150 famílias, um décimo do tamanho do que eu acabara de visitar. O condomínio era bem mais caro: o máximo era 55% e isso já valia a partir do quinto andar! Só o pessoal do primeiro andar não pagava, todos os outros pagavam. Ao todo, 95% dos moradores pagavam condomínio e valores mais altos do que nos outros dois prédios. No entanto, pouca gente se queixava… o prédio tinha boa manutenção. Não era muito enfeitado, parecia mais simples, e não tinha aquela cobertura luxuosa do Edifício Brasil, com heliponto, piscina olímpica e elevador exclusivo com anúncio dos andares em gravação feita pelo Roberto Carlos. Nada disso, no Edifício Holanda tudo era mais simples e discreto, isso que lá morava uma princesa argentina… Apesar da princesa, não tinha ostentação. Aliás, não tinha nem porteiro, só porteiro eletrônico: era tudo automatizado e funcionava direitinho, mas sem firulas. Os apartamentos eram todos menores do que os outros prédios, mas custavam até mais caro, além do condomínio. Tinha poucas vagas para automóvel na garagem, mas tinha uma garagem especial só para bicicletas e todo mundo no edifício usava bicicleta diariamente, para ir ao trabalho, fazer compras… Não só para passear no domingo. Prédio estranho, esse… Pagavam mais caro por apartamentos menores, todo mundo pagava condomínio e os valores eram até o dobro daquilo que pagavam no Edifício Brasil.

É… Cheguei à conclusão que o pessoal do Edifício Brasil tem que pensar duas vezes antes de mudar de prédio!

O Edifício Brasil é um condomínio que tem 60 andares e nele moram 1.000 famílias!
Os moradores estão divididos por andar, de acordo com a renda familiar: na cobertura moram os que ganham 60 SM (salários mínimos) por mês (724 x 60 = 43.440) ou mais. No primeiro andar moram as famílias com renda de 1 SM ou menos.

O primeiro andar é enorme, pois nele moram cerca de 40% dos residentes: são 400 apartamentos! Isso significa cerca de 18.00 metros quadrados (45m2 por apto), ou seja, esse andar tem um diâmetro de mais de 150 metros, o que não é pouco.

No segundo andar já moram bem menos: cerca de 32% dos residentes, ou seja 320 apartamentos, e o diâmetro é proporcionalmente menor. Vejam que nos dois primeiros andares temos 720 apartamentos de um total de 1.000. A partir daí o número de moradores (e o tamanho de cada andar) vai se reduzindo de forma mais dramática. 97% dos apartamentos (970) ficam nos dez primeiros andares, enquanto que três por cento ficam do 11º ao 60º andar.
Na verdade, 20 apartamentos ficam do 11º ao vigésimo andar (dois por andar). Nos 40 andares superiores temos apenas dez apartamentos, cada qual com dois andares ou mais. A cobertura é um verdadeiro palácio vertical, com oito andares, piscina, heliponto e espaço gourmet, onde a cozinheira é o Alex Atala. O lavabo foi projetado pelo Niemeyer.

Pesquisamos alguns aspectos dos moradores do Ed. Brasil e constatamos que em todo o prédio existem apenas 110 pessoas com diploma universitário, a maioria delas morando entre o terceiro e o vigésimo andar. 600 moradores não têm sequer o secundário completo.

Neste ano, vai haver eleição para a função de síndico do prédio e o pessoal está em polvorosa… Há três candidatos: Dona Vilma, do vigésimo andar, que é a síndica atual e quer continuar no cargo; Dona Mariana, que mora no décimo andar e quer mudar uma porção de coisas no prédio; e o “seu” Nécio, o político do 38º andar.
Esses dias o seu Nécio ficou furioso porque alguém publicou uma matéria no jornal do condomínio espinafrando a candidatura dele. Mas acontece que no prédio só 6% das pessoas lêem jornais… Só eles é que se importam com o que sai publicado, os outros nem sequer sabem! Por outro lado, 97% dos moradores assistem TV. Portanto, na eleição, o jornal vai influenciar quase nada…

E a internet? Só 47%, menos da metade dos moradores acessa a internet, sendo que no primeiro andar 78% das pessoas nunca acessa. Quer dizer: essa história de que “tá todo mundo conectado” é mais uma fantasia da elite alienada do edifício… Só vale para os andares de cima.
Visitei o Edifício Brasil e fiquei preocupado: a Dona Vilma está fazendo uma campanha de raiva contra o pessoal dos andares de cima. Quando ela conversa com as pessoas no saguão do prédio e nos elevadores, fala mal do seu Nécio e xinga todo mundo que mora do quarto andar pra cima… Ela é muito violenta.
O seu Nécio, por outro lado, é de boa paz, mineirinho, fala manso… Mas às vezes me parece que ele não escuta aquilo que o pessoal do primeiro e do segundo andar pede pra fazer no prédio: querem uma creche pra deixar os filhos enquanto vão pro trabalho, um posto de saúde (afinal, são 1.000 famílias no edifício…) uma escolinha. Ao invés disso, ele fala em colocar um elevador mais rápido; isso só interessa quem mora nos andares de cima!
Me preocupa essa diferença de foco: a Dona Vilma, instigando o ódio dos andares de baixo contra os de cima; o seu Nécio, alienado das necessidades do pessoal dos primeiros andares. Isso não vai dar certo!

A Dona Mariana, por outro lado, fala em fazer mudanças mas tenta agradar uns e outros, no fim não vai agradar ninguém… Disse que vai botar uma capela do lado da portaria: isso dividiu os moradores, já tem gente que adorou e gente que detestou!

Isso tudo é ruim, pois alguns já estão falando até em mudar pra outro prédio, por causa dos bate-bocas entre quem apoia o seu Nécio, a Dona Vilma ou a Dona Mariana. Uma pena, pois o Edifício Brasil é tão lindo… Tá meio desgastado, precisando de uma boa reforma, mas justamente sobre isso nenhum dos candidatos fala!

O Edifício Brasil é um condomínio muito curioso, daqueles que servem de assunto para um romance moderno. Veja que tem 60 andares e nele moram 1.000 famílias! É muito interessante.

Os moradores estão divididos por andar, de acordo com a renda familiar: na cobertura moram os que ganham 60 SM (salários mínimos) por mês (724 x 60 = 43.440) ou mais. No primeiro andar moram as famílias com renda de 1 SM ou menos.

O prédio tem um formato peculiar: não é exatamente uma pirâmide, pois a base é tão larga e a cobertura tão estreita que o formato se assemelha mais ao de um parafuso invertido; além disso, o prédio é circular e não quadrado.

O primeiro andar é enorme, pois nele moram cerca de 40% dos residentes: são 400 apartamentos! Isso significa cerca de 18.00 metros quadrados (45m2 por apto), ou seja, esse andar tem um diâmetro de mais de 150 metros, o que não é pouco.

No segundo andar já moram bem menos: cerca de 32% dos residentes, ou seja 320 apartamentos, e o diâmetro é proporcionalmente menor. Vejam que nos dois primeiros andares temos 720 apartamentos de um total de 1.000. A partir daí o número de moradores (e o tamanho de cada andar) vai se reduzindo de forma mais dramática. 97% dos apartamentos (970) ficam nos dez primeiros andares, enquanto que três por cento ficam do 11º ao 60º andar. Se apenas 30 apartamentos tomam 50 andares, já dá para perceber que alguns desses apartamentos são duplex.

Nesses dez apartamentos superiores moram algumas pessoas famosas, mas todos pediram para permanecerem incógnitos. Posso revelar apenas que um é um grande empresário, outro é um banqueiro, um terceiro é um conhecido político. Há uma apresentadora de televisão, um jogador de futebol, um treinador e uma dupla sertaneja que não tem biografia autorizada.

Pesquisamos o nível educacional dos moradores do Ed. Brasil e constatamos algumas coisas peculiares: nos dez apartamentos superiores, nem todos os adultos têm curso superior completo. Na verdade, apenas seis terminaram a universidade; três só fizeram o secundário (o empresário, a apresentadora de televisão e um dos cantores). O jogador de futebol, embora milionário, não terminou nem o ensino básico. Em todo o prédio existem apenas 110 pessoas com diploma universitário, a maioria delas morando entre o terceiro e o vigésimo andar. 600 moradores não têm sequer o secundário completo.

Neste ano, como acontece a cada quatro, vai haver eleição para a função de síndico do prédio e para o conselho do condomínio. O pessoal está em polvorosa…

Imaginem que existem três candidatos para síndico, duas mulheres e um homem. Uma das candidatas mulheres é a Dona Vilma, do vigésimo andar, que é a síndica atual e quer continuar no cargo. Cerca de um terço dos moradores apoiam a Dona Vilma.

A segunda candidata é a Dona Mariana, que era muito amiga da Dona Vilma, mas depois que ela anunciou sua candidatura, as duas brigaram e agora não se falam mais. Ela mora no décimo andar e quer mudar uma porção de coisas no prédio. Cerca de um terço dos moradores já manifestaram apoio à Dona Mariana, ainda mais que ela ficou viúva recentemente, o marido morreu num desastre de avião.

O terceiro candidato é o “seu” Nécio, o político do 38º andar (ou melhor, do 38º ao 42º). Se você prestou atenção até aqui, pode estar pensando que ele tem apoio de cerca de um terço dos moradores (para fechar a conta), mas não é bem assim. Tem muita gente indecisa ou que não quis declarar sua preferencia. Só uns quinze moradores disseram apoiar o seu Nécio.

O curioso é o seguinte: desses quinze, é claro que dez são os que moram nos quarenta andares de cima. Mas tem uns cinco que moram nos outros andares. É muito pouco. Eu não entendo dessas coisas, mas acho muito difícil o “seu” Nécio conseguir o apoio do pessoal do décimo andar para baixo… e olha que eles são muita gente, são 970 apartamentos do total!

Talvez ele até seja o melhor qualificado (tem diploma), mas quero ver ele convencer o pessoal dos andares de baixo a votarem nele!

Education needs to be reinvented.

From the 18th Century onwards, with the Industrial Revolution, education became massified. It became accessible to thousands, then to millions, driven by the need to develop workers for factories. A whole new ethos was created for work and for education, based on efficiency, schedules, and many people doing the same thing at the same time.

People had to change to a new lifestyle, keeping regular daily and weekly schedules, no longer dictated by nature, seasons and agriculture, but by the need to turn on machines and power supplies.
This model has changed very little over the past 250 years. Perhaps we are finally coming to the realization that it is time for a change.

The challenge is, on one hand, to increase the speed at which education is available to millions of people, all over the world. On the other hand, the challenge is to move away from the massification model of the Industrial Revolution, towards a new model that will allow absolute customization, down to an individual’s personal learning needs and unique style of learning.

When I was an HR executive at the turn of this century, I felt the concern over how to make executive development more effective. Leading companies and professionals in the field already realized that executives needed tailor-made learning experiences that matched each individual’s unique situation.

Training & Development providers have claimed to offer “tailor-made” approaches to their organizational clients, but what they meant was that they could offer a unique approach to an organization, not to each different individual. The usual approach was actually “Taylor-made” (a tribute to Frederick Taylor, creator of “Scientific Management”), since, for the sake of efficiency, it advocated putting groups of managers through the same learning program, 25 people at a time. That was certainly efficient, but the effectiveness for each individual would vary.

Imagine going to a tailor who makes suits with exactly the same measurements, 25 at a time… Not exactly “personal” service!

In order to design personal learning experiences, the first requirement is to get away from the classroom environment, for that is too far removed from the actual job situation. Research has shown that people learn the most in real job situations, when they face real issues and need to act on their own. If we want to plan and structure learning and development, rather than leave it up to chance, then we need to design situations that really immerse an individual in a challenge that requires him/her to respond in a new way. This is what personalized learning is all about: acquiring a new ability to respond , an ability that the individual will be able to exercise later in his/her work.

But if we want to make these challenging situations relevant to each individual, the starting point has to be the individual herself. What does this person need to learn? How can we provide him/her with an experience that will offer the kind of learning that is needed (and also in a style that matches the person’s preferred learning style)?

Fortunately, technology provides us with more alternatives than ever. We can send people anywhere, individually or in small groups. We can communicate instantly with each of these individuals, wherever they are. We can coach them, provide feedback and interact with them at any time. All of this was quite impossible just 20 years ago.

So we have the technology to enable true personalized learning experiences, but technology is not everything, it is just a piece of the puzzle. The other pieces include using technology to provide the right content, in the right style, and to offer coaching and feedback through an experienced learning professional. This learning professional can act as a facilitator to the process, in ways similar to the role of a personal tutor, a function often employed prior to the Industrial Revolution and the development of “assembly-line schooling”. The personal learning coach can help an individual to go through a unique reflection process, which is key for learning to occur. Without reflection, there is no learning.

Already some 50 years ago Alvin Toffler showed us that technology would not lead to massification, but rather to “mass personal differentiation”. Today an individual can go to a website and design his own tennis shoes, unique and different from anyone else’s. It’s time to apply similar principles to learning experiences, so that an individual can design a unique learning experience, matched to his/her idiosyncratic situation. Whoever starts doing this will lead the next education revolution.

Dizem que o brasileiro tem complexo de vira-lata. Reza a lenda que o brasileiro se considera um mestiço, o produto da miscigenação das raças branca, negra e índia, com alguma contribuição mais recente também de imigrantes do Japão e Oriente Médio.

Pelo fato de ser mestiço, o brasileiro se sente inferior, basicamente em relação aos Estados Unidos e à Europa. Ocorre que esse sentimento está ligado a um profundo racismo!

Ao invés do vira-lata ter orgulho da sua viralatice, do fato de ser mestiço, o vira-lata sente vergonha do que é. O vira-lata acha que o bom mesmo é ser raça-pura. O vira-lata é tão racista quanto o pastor alemão do kennel club de elite. O brasileiro que tem complexo de vira-lata é tão racista quanto os líderes neo-nazistas de outras partes do mundo, pois acredita que o bom mesmo é não ser mestiço, é ser raça-pura.
Vivemos presos a um conceito do século 19 segundo o qual o purismo racial é algo a ser admirado e determinadas raças são superiores a outras. O pior desse conceito não é nem a ideia de que existem raças superiores e raças inferiores; o pior é o conceito de que a pior coisa é a mistura das raças. Achamos que o mestiço é pior do que a pior das raças puras. Esse é o maior equívoco da nossa sociedade. Somos nazistas e não sabíamos. Hora de acordar!

Do ponto de vista biológico, a miscigenação nos dá um repertório maior de respostas aos desafios do meio-ambiente. O conceito Darwinista de evolução pela sobrevivência dos mais aptos reforça o valor dos mestiços, que são portadores de uma bagagem genética mais diversificada e portanto mais capazes de se adaptarem às mudanças cada vez mais rápidas do mundo de hoje. Entretanto, não esqueçamos que a realidade do Século 21 revelou que a genética nem é tão importante assim, para princípio de conversa. Ela pesa, sim, na determinação da personalidade e da capacidade e competência de todos nós, mas pesa muito menos do que a cultura, do que o ambiente no qual crescemos e nos desenvolvemos como pessoas.

Se a cultura é um fator mais importante do que a genética, fica mais claro ainda o valor da diversidade. Com a facilidade de comunicação e transportes que temos hoje, não existe cultura nenhuma que não esteja sendo influenciada por outras, em maior e menor grau. A cultura brasileira, nesse contexto, é um prenúncio do que pode acontecer no futuro, pois ela é um produto de miscigenação cultural, mais ainda do que da miscigenação de raças.

Falta-nos, apenas, acabar com o complexo de inferioridade. Somos vira-latas, sim, por genética e por verdadeira mescla cultural; devemos ter orgulho disso e continuar aumentando a mescla cada vez mais.

Racismo e cultura

A origem do racismo, na verdade, está na cultura, no tribalismo mais primitivo. Está na noção de que “nós somos nós e eles são eles; nós somos fiéis à nossa tribo, aos nossos costumes, e quem tem costumes diferentes está errado. Os nossos valores são os valores certos, a nossa religião é a única verdadeira e tudo aquilo que é diferente deve ser rejeitado e destruído.”

Essa era a realidade dos homens pré-históricos. A humanidade evoluiu nos últimos 10.000 anos… ou será que evoluiu mesmo? Quando leio os comentários feitos na internet, seja o assunto futebol, política, religião, economia ou televisão, me parece que trocamos tacapes por tabletes, mas a mentalidade é a mesma. O racismo está vivo entre nós, o nazi-fascismo floresce. Talvez utilizemos outros nomes para atenuar a barbárie, mas a essência é assustadoramente igual.

Persiste a ideia do “nós contra eles”, nossa tribo contra a tribo deles, por vezes insuflada deliberadamente por líderes irresponsáveis preocupados apenas em satisfazer sua própria ganância no curto prazo, seja na política, no futebol ou na religião.

O Brasil, por ter uma cultura que gerou o complexo de inferioridade do vira-lata, incorporou o hábito equivocado de idealizar e imitar os outros. Na época da Colônia, idealizávamos e imitávamos Portugal; no Império e na jovem República, passamos a idealizar e imitar a França; depois da II Grande Guerra e até hoje, idealizamos e imitamos os Estados Unidos. Não paramos de idealizar e imitar os outros.

Foi preciso que um estrangeiro como o sociólogo italiano Domenico De Masi viesse ao Brasil e nos dissesse aquilo que deveríamos ter descoberto sozinhos: que nosso maior tesouro está nas nossas raízes culturais, na nossa origem indígena e na miscigenação de raças e culturas desses índios com os imigrantes de todo o mundo. O Brasil é um vira-lata admirado pelos outros e com vergonha de si mesmo. O racismo é combatido na Europa e nos Estados Unidos, mas continua vivo entre nós no Brasil, disfarçado. Invertemos o processo das tribos primitivas e fomos de um extremo ao outro: ao invés de acharmos que a nossa cultura, os nossos valores, são os melhores e os outros estão errados, achamos que os nossos valores, por serem mestiços, estão errados, enquanto que americanos e europeus são melhores do que nós, porque são mais “puros”.

O paradoxo é que continuamos a acreditar em ideias (raça pura) que os outros abandonaram. Continuamos a comprar os produtos (intelectuais) que no primeiro mundo já foram substituídos por coisas melhores.
Precisamos deixar de imitar os outros e descobrir o valor da nossa própria identidade mestiça. Precisamos utilizar essa identidade para construir nosso futuro de acordo com o que realmente queremos ser e não de acordo com o que funcionou no passado para outras culturas. Precisamos entender que nenhuma cultura é melhor nem pior do que outra. A cultura brasileira não é pior e nem melhor do que outras. Nossa qualidade maior é justamente o fato de sermos uma mistura de várias outras. O que precisamos é apenas assumir nossas qualidades, boas e más, sem nos sentirmos piores nem melhores do que os outros.

Eu sou um vira-lata “brasileuro” (Brasil + Euro) e com muito orgulho. Nasci e me criei no Brasil, vivi nos Estados Unidos e moro na Europa desde 2003. A Europa é o continente mais diversificado do mundo e está passando por uma enorme transformação social, que pode determinar o futuro da humanidade. Essa transformação é justamente a integração de culturas, um processo no qual o Brasil está mais avançado do que qualquer outra nação. O futuro do planeta pode estar começando aqui, no Brasil. Nós podemos dar o exemplo para a Europa. Espero que não sejamos os últimos a nos dar conta do que está acontecendo e do nosso papel como brasileiros nesse processo todo.

Tenho amigos palestinos e israelenses, muçulmanos e judeus.

A demonização de Israel é um engano; a demonização do Hamas, também.

O erro de Israel não está em “se defender”; o erro está NA MANEIRA de se defender.

A faixa de Gaza é como uma gigantesca favela, em torno da qual Israel construiu um muro. O erro começa por aí… Os muros são anacrônicos, não têm eficácia. O muro de Berlim, o mais famoso, caiu; a notícia não chegou em Tel-Aviv?

Alguns americanos segregacionistas fizeram um muro na fronteira com o México; ela é tão extensa, que o muro não cobre toda a sua extensão. Mas os mexicanos continuam cruzando a fronteira aos milhares, mesmo nas partes em que existe o muro… Eficácia mural muito baixa.

O governo de Israel resolveu atacar o Hamas, que se esconde na favela de Gaza, com mísseis… Ora, isso é uma atrocidade e também uma grande burrice! Imaginem se o governo do Rio de Janeiro, ao implantar as famigeradas UPPs, tivesse precedido a ação policial com lançamento de mísseis, matando mulheres e crianças, com o objetivo de atingir as gangues de traficantes… Um absurdo!

A lógica (absurda!) do governo israelense é a de que essa ação faria com que a própria população atacada se voltasse contra o Hamas, ao invés de culpar Israel… No delírio do comando israelense, o povo Palestino não culparia Israel pelo bombardeio, culparia o Hamas… E ainda, segundo esse delírio, o Hamas se arrependeria de ter atacado Israel primeiro, com seus próprios mísseis, e resolveria parar com suas ações hostis, intimidado pelo poderio militar de Israel e desejoso de poupar o povo Palestino desse sofrimento balístico, admitindo que a culpa disso tudo estava com eles, do Hamas.

Parece inacreditável que os generais israelenses possam acreditar nessa lógica, mas é isso que está acontecendo…

Para se defender, Israel teria duas opções: 1) reconhecer um Estado Palestino e negociar uma convivência formal entre Israel e Palestina; ou 2) derrubar o muro e incorporar a faixa de Gaza, integrando os palestinos no Estado de Israel.

Desgraçadamente, o governo atual israelense não aceita nenhuma dessas opções (é claro que elas encerram problemas, mas são ambas viáveis). Ao invés disso, o governo atual de Israel imagina que pode simplesmente intimidar os palestinos pela força e é aí que está o seu erro… Assim como os nazistas não conseguiram acabar com o povo judeu através do Holocausto, Israel não vai conseguir domar os palestinos usando a força. Pelo contrário, o uso da força apenas acirra os ânimos e leva muitos palestinos que até então eram pacifistas, a pegarem em armas para vingar suas mulheres e crianças.

Será possível que Israel acha que algum viúvo ou órfão palestino vai ficar com tanta raiva do Hamas, que vai pegar em armas e lutar ao lado do exército de Israel contra esses “bandidos do Hamas, vocês mataram minha família, vocês são a causa dessa mortandade e não os inocentes mísseis israelenses!”

Me parece uma estupidez muito grande, mas Einstein, um judeu brilhante, já nos avisava para nunca subestimar a estupidez humana…

O governo atual de Israel precisa ser substituído por outros governantes, que tenham um pouco menos estupidez e consigam vislumbrar um outro caminho para a convivência pacífica entre israelenses e palestinos.

Sem esquecer que a estupidez militarista é alimentada, no mundo inteiro, pelos fabricantes de armas, que ganham a vida vendendo ferramentas que facilitam tirar a vida dos outros.

Caro Felipão,

Sempre gostei do seu estilo direto e honesto. Não acho que você seja o culpado do fiasco. Sempre admirei sua visão do todo e sua coerência.

Em nome dessa visão e dessa coerência, o melhor a fazer é a desistência.

Se você ficar, o que vai acontecer? Você se tornará (se já não é…) o para-raios de todas as críticas. A imprensa toda (e a opinião pública) vai se concentrar em pedir a sua saída. Com isso, desviarão a atenção dos verdadeiros problemas da Seleção, da CBF, do futebol brasileiro, da política brasileira, da sociedade brasileira…

A sua permanência interessa aos cartolas, aos políticos no poder, aos aproveitadores, pois desvia a atenção do povo em relação aos criminosos maiores da nossa sociedade.

Ficar significa proteger os culpados.

Saia, para que possamos focar nossa atenção no que realmente precisa mudar.

Abraço,

Fernando Lanzer

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